Calei-me

terça-feira, 8 de maio de 2012

De umas noites pra cá, tenho lido todas as cartas que escrevi mas nunca foram enviadas. Talvez por medo, talvez por orgulho, ou talvez pelo conteúdo ser tão dolorido. Todos os dias costumo dar uma folheada no passado antes de dormir, então percebi que aqui dentro o tempo parou. Meus relógios internos além de estarem sem pilha, estão quebrados também. Tudo está um pouco quebrado, um pouco fora do lugar...
Eu tenho tentado forjar alguma força na expectativa de que isso te traga pra perto e te mostre que eu consigo estar com você, mas penso que agi errado. Eu deveria ter deixado escapar aquele choro dizendo "não vá" enquanto estávamos ao telefone. Eu deveria ter dito que sem você o meu sorriso é a maior das mentiras, eu deveria ter dito! Sei que o amor deixa livre, mas acho que seria melhor ter te prendido a mim naquela época. É injusto deixar algo tão verdadeiro tornar-se apenas história. Nunca consegui aceitar.
Tentaram varrer os farelos de esperança dentro de mim, mas não resolveu. O problema é: quando a gente espera por algo que não acontece, esses farelos começam a virar cacos de vidro que vão cravar mais fundo a cada passo dado.
Queria mesmo que você ouvisse o meu coração tal como desejo ouvir o seu. Talvez ele te explicasse as coisas que eu nunca consegui expôr. Ele poderia deixar escapar essa frase que enterrei viva, esse algo que me é difícil até de escrever. Esse... esse "eu te amo".


 Provavelmente, mais uma carta que nunca terei coragem de te mostrar. 
O orgulho amarga a alma, mas o amor... este explode sem querer.

 eu   
amo 
  você 
pra sempre, como prometido.

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